Em homenagem ao desembargador federal José Antonio Neiva, colegas do TRF2 destacam competência e ética como os legados do magistrado, recentemente aposentado

Magistrados e servidores da Justiça Federal se reuniram na tarde de quinta-feira, 19/12, no Salão Nobre do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), no centro do Rio de Janeiro, para homenagear o desembargador federal José Antonio Neiva, que acaba de se aposentar. A mulher, Cláudia Neiva, também desembargadora federal e o procurador do Estado do Rio de Janeiro, Gustavo, filho do casal, representaram o magistrado. Integridade, competência, ética e bom humor foram as palavras mais ouvidas nos discursos.

Colega de Neiva desde os tempos de acadêmico na Faculdade de Direito da Universidade do Estado de Rio de Janeiro (UERJ), “já naquela época ficou claro que estávamos diante de um talento fora do comum”, o presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador federal Guilherme Calmon, ressaltou que o amigo “é uma referência não apenas pelo profundo conhecimento jurídico, mas também pela sua postura ética e por seu compromisso com a justiça, como promotor e como desembargador”. Calmon lembrou que o temperamento de Neiva o transformou em unanimidade entre seus pares. “Hoje não celebramos apenas um magistrado extraordinário. Celebramos um ser humano admirado por todos os colegas, sem exceção. Neiva conquistou algo raro: a capacidade de conciliar firmeza na aplicação da Lei com a humanidade no trato com os atores da Justiça, sejam eles magistrados, advogados e servidores. Esse equilíbrio reflete sua sabedoria e deve servir de exemplo para todos nós. O verdadeiro olhar não está apenas nas funções que ocupamos, mas sim na forma como administramos nossas carreiras”.

Falando em nome dos desembargadores da Corte, Guilherme Couto citou um gol de Pelé contra o Fluminense em 1961, no Maracanã, para definir José Antonio Neiva. “Aquele gol virou placa.  Podemos dizer que, assim como o gol de placa de Pelé, todos os julgados de Neiva são julgados de placa. Ele não é um exemplo de ouro ou de diamante. Ele é exemplo de coração e de integridade”, disse Couto.

A desembargadora federal aposentada Liliane Roriz, diretora de Aposentados da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), velha amiga de Neiva, lembrou dos primeiros momentos com o amigo na magistratura. “Nossa turma era chamada de Menudos pelos colegas mais antigos. Saímos num grupo grande para almoçar, mas que mal conseguimos comer ou nos dar conta do tamanho da responsabilidade que havíamos assumido. A maioria tinha mais contato com questões da competência estadual do que com matéria federal. Nunca ninguém tinha ouvido falar da súmula 260, da liberação de FGTS por conta do confisco do Plano Collor, que eram os grandes assuntos tratados naquele momento na esfera federal”. Depois de reforçar as qualidades como magistrado, Liliane destacou o que chama a atenção no amigo. “Seu traço mais marcante sempre foi o bom humor. Neiva tem uma inteligência muito acima da média, com raciocínio impressionantemente rápido e tiradas precisas e cheias de perspicácia. É uma pessoa leve”, elogiou. No final da cerimônia, Liliane Roriz entregou à Cláudia Neiva uma placa da Ajufe em homenagem ao marido.