CJF dá início ao I Encontro Nacional de Inovação e Boas Práticas da Justiça Federal

O Conselho da Justiça Federal (CJF), por intermédio do Laboratório de Inovação (Ipê Lab) e com o apoio do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), iniciou, na manhã de quarta-feira (14), o I Encontro Nacional de Inovação e Boas Práticas da Justiça Federal. O evento reúne até quinta-feira (15), na sede do CJF, em Brasília (DF), representantes dos seis Tribunais Regionais Federais (TRFs), para compartilhar experiências sobre inovações e boas práticas adotadas pelos TRFs, com ênfase no uso da inteligência artificial (IA) no Judiciário.

Durante a abertura dos trabalhos, o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do CJF, ministro Herman Benjamin, exaltou, em vídeo, a importância do compartilhamento de boas iniciativas e inovações para elevar a eficiência no serviço público: “É fundamental termos esses momentos de união e reflexão sobre aquilo que estamos fazendo bem e dividir essas boas práticas por toda a Justiça Federal. É um evento que conta com temas de vanguarda, mas que já fazem parte da realidade da Justiça Federal brasileira.”

O secretário-geral do CJF, juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos, destacou que o encontro representa um marco da inovação no Judiciário, ao proporcionar um espaço para trocas de experiências e construção colaborativa de soluções para os desafios atuais: “O Conselho da Justiça Federal tem buscado se posicionar de forma ativa e protagonista no cenário da gestão pública inovadora. Colocar a inovação no centro das nossas ações é reconhecer que o Judiciário precisa estar atento às transformações da sociedade e preparado para responder com agilidade e emergência aos desafios do nosso tempo.”

Na ocasião, a conselheira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Daniela Pereira Madeira expôs as perspectivas da inovação no Poder Judiciário, a partir da reflexão de que “todo desafio é uma possibilidade de inovação”. A juíza federal salientou o papel do CNJ de conectar os tribunais para que eles consigam trabalhar e avançar juntos em demandas em comum e apresentou os trabalhos desenvolvidos pelo Órgão que incentivam a transformação na prestação jurisdicional, como o Plano Nacional de Inovação, a plataforma RenovaJud, entre outros sistemas de inteligência.

A juíza federal auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG), Vânila Cardoso André de Moraes, evidenciou que “inovação é conexão” e que a eficiência ao inovar requer atuação conjunta, baseada na colaboração e no compartilhamento de experiências e soluções entre grupos. “Na atualidade, não existe mais voo solo. Sistemas complexos só se mantêm quando cada um faz a sua parte, comunicando-se, para poder dar certo. E é isso que nós estamos fazendo aqui hoje, nós estamos nos conectando. Vamos dividir e compartilhar as boas práticas”, pontuou.

Por fim, o juiz federal auxiliar da Corregedoria-Geral da Justiça Federal, Otávio Henrique Martins Port, indicou o propósito do evento de servir como uma ponte entre os tribunais para disseminar e replicar as boas práticas existentes no sistema de justiça. Para ele, o prêmio “Boas Práticas em Rede”, a ser entregue no fim do encontro, teve elevado engajamento e pedidos de inscrições, o que reflete a constante preocupação da Justiça Federal com o jurisdicionado, com “foco em promover uma prestação judicial mais séria, ágil e efetiva”.

Também participaram da mesa de abertura a diretora da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), juíza federal Marcelle Ragazzoni de Carvalho Ferreira, e representantes dos seis Tribunais Regionais Federais (TRFs).

Palestra inaugural

A primeira palestra do encontro nacional foi conduzida pelo juiz de direito do Tribunal de Justiça de Estado do Pará (TJPA), João Valério de Moura Júnior, com o tema “O Impacto da Inteligência Artificial no Judiciário”. O especialista apresentou um panorama da aplicação de IA no Judiciário, propondo reflexões sobre a mudança dos processos de trabalho ao longo dos anos, que atualmente já se tornaram quase 100% digitais: “Não somos uma instituição nativa digital. Saímos de um mundo de justiça materializada, física, baseada na presença”.

O painelista abordou a importância de usar a tecnologia e a inovação para ampliar o contato e o acesso às necessidades dos jurisdicionados, tornando as ferramentas modernas em oportunidades para compreender melhor a realidade da(o) cidadã(o). “De nada adianta a inteligência artificial se esquecermos das relações humanas. Quanto mais tecnologia implementarmos na nossa instituição, mais empenho na comunicação humana devemos ter”, declarou, ressaltando que a justiça digital é essencialmente humana.

Programação

O encontro terá continuidade na tarde desta quarta-feira (14), com a promoção de seis painéis de boas práticas, apresentados por cada um dos TRFs. As iniciativas são as finalistas do prêmio “Boas Práticas em Rede”, promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG) e que será entregue na quinta-feira (15) ao fim do evento.

As práticas se destacam por apresentar soluções criativas, sustentáveis e aplicáveis aos desafios enfrentados pela Justiça Federal, com foco em celeridade processual, inclusão social e inovação tecnológica.

Mais informações estão disponíveis na página do evento no Portal do CJF.