Desembargador do TRF2 palestra como convidado no FestLabs Nacional 2025

O Encontro Nacional de Laboratórios de Inovação do Poder Judiciário - FestLabs Nacional conta, na programação deste ano, com palestra do desembargador federal William Douglas, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). O evento promovido anualmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está sendo realizado de 3 a 5 de setembro, na sede da Escola Judicial do Estado do Pará (EJPA), em Belém.

O desembargador participa do encontro a convite do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) que, a pedido do magistrado, abriu oportunidade para dois servidores atuantes em gabinetes do tribunal federal sediado no Rio de Janeiro compartilharem boas práticas de suas unidades, também no evento.

“Valorizar as boas práticas dos gabinetes é uma forma de difundir ideias que aprimoram a atividade jurisdicional e fortalecem a gestão. Essa troca fomenta inovação e colaboração em benefício da sociedade. Também precisamos valorizar os servidores, pois sem eles a máquina não funciona”, pondera William Douglas. Embarcaram com o desembargador para a capital paranaense os assessores Andréa Queiroz de Jesus e Alllan Marcelo Pimpa da Silva.

"Amazônia e Inovação”

Neste ano, a organização e a coordenação do FestLabs Nacional estão sendo realizadas em parceria com o Tribunal Regional Federal da 1ª Região, o Tribunal de Justiça do Estado do Pará (TJPA), o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA) e o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT8). O tema desta edição do encontro é “Amazônia e Inovação: Novos Caminhos para a Justiça”. A programação inclui palestras, mesas de debate e oficinas, com o objetivo de promover a disseminação de conhecimentos e experiências para o fortalecimento da cultura de inovação no Judiciário.

A iniciativa do desembargador federal William Douglas - que conduziu um processo de seleção de projetos franqueado a todos os servidores dos gabinetes de magistrados do TRF2 - abre oportunidade para que participantes do FestLabs de todo o Brasil conheçam programas de gestão com anos de bons resultados no histórico. A fala da servidora Andréa Queiroz de Jesus, assessora no gabinete do próprio desembargador William Douglas, será sobre uma boa prática desenvolvida ainda quando o magistrado era juiz federal de primeiro grau titular da 4ª Vara Federal de Niterói, na Região Metropolitana da capital fluminense, cargo que assumiu em 1997.  

Ela discorrerá sobre um projeto calcado na comunicação não violenta, com foco na escuta ativa de advogados e partes, e também do público interno do Judiciário Federal. O objetivo, explica, é criar um ambiente profissional harmônico e promover a gestão humanizada. Para Andréa, essa é a chave para a solução mais rápida e satisfatória de eventuais deficiências identificadas nos serviços entregues à sociedade, e de propiciar o desenvolvimento de competências individuais das equipes: “Essas preocupações são características da iniciativa privada que precisamos, cada vez mais, incorporar no serviço público, com a diferença de que não visamos ao lucro, mas puramente ao serviço de excelência prestado ao cidadão”, resume.

Igualmente consolidado é o projeto que será apresentado no FestLabs pelo assessor do desembargador federal Luiz Norton Baptista de Mattos, que será o porta-voz de um trabalho aperfeiçoado a muitas mãos pela equipe do gabinete. Allan Marcelo Pimpa da Silva, que foi escolhido no processo de seleção entre os gabinetes, falará sobre a Gestão Processual Integrada para uma prestação jurisdicional célere, eficaz e econômica, título com que a iniciativa foi premiada na edição de 2005 do Prêmio Innovare.

Allan Marcelo e o chefe de gabinete do desembargador, Francisco José de Barros do Souto, contam que o projeto nasceu em 1998, quando o desembargador Luiz Norton era ainda juiz titular da 1ª Vara Federal de São João do Meriti. O programa desenvolvido colaborativamente envolve várias medidas administrativas e de gestão processual, dentre elas, a criação de um manual interno, com um roteiro para o processamento dos feitos; um sistema de rodízio de tarefas e de padronização de atividades; e a adoção de critérios de informalidade nas práticas processuais, visando à celeridade e à eficiência nos serviços jurisdicionais.

Mas os servidores alertam que, para que tudo saia do papel e flua como esperado, é fundamental investir no treinamento dos servidores, no fortalecimento da comunicação interna e no estímulo à cooperação livre de barreiras, inclusive hierárquicas: “Não existe uma peça fundamental na corrente. Cada elo tem igual importância”, defende Francisco Souto.