Transformação no serviço público é tema de palestras no I Encontro Nacional de Inovação e Boas Práticas da Justiça Federal

O segundo dia de atividades do I Encontro Nacional de Inovação e Boas Práticas da Justiça Federal iniciou, na manhã de quinta-feira (15), com palestras sobre transformações e avanços no serviço público. O evento, que acontece na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF), em Brasília (DF), busca trocar experiências sobre inovações e boas práticas adotadas nos Tribunais Regionais Federais (TRFs), com ênfase no uso da Inteligência Artificial (IA) no Judiciário Federal.

O encontro foi retomado com a formação de uma nova mesa de atividades com a presença do secretário-geral de CJF, juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos, da juíza federal Vânila Cardoso André de Moraes e do juiz federal Otávio Henrique Martins Port, ambos auxiliares da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG), além de representantes dos seis TRFs.

A primeira palestra do dia foi conduzida pelo diretor da Divisão de Gestão Estratégica e Governança do TRF da 5ª Região (TRF5), Davi Montalvão, que tratou do assunto “Inovação que conecta: como o processo criativo transforma problemas em ideias e resultados”. O painelista apresentou a experiência do design thinking em uma breve oficina, que, com a colaboração ativa e em tempo real de participantes do encontro, definiu os principais problemas da área de inovação na Justiça Federal e propôs soluções de integração e democratização de boas práticas.

Davi Montalvão partilhou a concepção de que os problemas devem ser encarados pelos laboratórios de inovação como “combustível” para boas ideias e que os recursos tecnológicos devem ser usados com parcimônia para não se perder a sensibilidade humana: “O protagonista da inovação não é a tecnologia, mas sim o ser humano. É ele que carrega a boa inteligência. Então a gente pode usar a tecnologia para explorar melhor, fazer uma busca mais ativa das informações e alcançar celeridade, mas sempre querendo atender a uma dor do ser humano, do indivíduo.”

Em seguida, a juíza federal do TRF da 3ª Região (TRF3) Luciana Ortiz apresentou o tema “Metamorfose institucional: o passado e futuro da inovação na Justiça Federal”. A juíza compartilhou que “a história da inovação no Poder Judiciário começou dentro da Justiça Federal”, ao se referir à criação, em 2016, do primeiro laboratório de inovação da história, o iJuspLab, em São Paulo (SP): “A criação do iJuspLab marcou uma efervescência dentro do ambiente de justiça, demonstrando novas possibilidades de atuação”.

Entre os projetos em andamento e as perspectivas para a inovação na administração pública, Luciana Ortiz registrou como possibilidades a aplicação de uma tecnologia que transcende as instituições, a presença de redes interinstitucionais, o compromisso com a sustentabilidade ambiental e social, bem como a preocupação em manter a(o) cidadã(o) no centro das decisões, com as devidas atenções às suas dores. “As sementes de inovação florescem, e esse passado mágico ainda está presente através de vocês nessa luta”, incentivou.

Homenagem

Ao fim dos trabalhos da manhã, o secretário-geral do CJF, juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos, a juíza federal Vânila Cardoso André de Moraes e o juiz federal Otávio Henrique Martins Port, entregaram uma placa de homenagem especial à juíza federal Luciana Ortiz, pelo trabalho de inovação desempenhado ao longo dos anos em prol do avanço não só da Justiça Federal, mas também de todo o Poder Judiciário.

Ao proferir o discurso de homenagem, o juiz federal Erivaldo Ribeiro dos Santos definiu Luciana Ortiz como uma das maiores referências de inovação do Poder Judiciário brasileiro e protagonista de uma verdadeira transformação cultural na Justiça Federal, especialmente na 3ª Região: “Luciana Ortiz trouxe para o Judiciário, com protagonismo para a Justiça Federal, a convicção de que a inovação não é luxo, mas uma necessidade. Defende que o conhecimento é coletivo, a inovação é extraordinária e o usuário deve estar no centro da construção de um serviço judicial moderno e eficaz.”

Premiação

O I Encontro Nacional de Inovação e Boas Práticas da Justiça Federal continuará na tarde de quinta-feira (15), com uma roda de conversa da Rede de Inovação, seguida pela entrega de uma menção honrosa ao TRF da 1ª Região (TRF1) pela prática “A Praça de Justiça e Cidadania em Alcântara: uma solução multi-institucional para o caso 'Comunidades quilombolas de Alcântara vs. Brasil’”.

Ao fim da tarde, acontecerá a grande premiação do evento: o Prêmio Boas Práticas em Rede da Justiça Federal.