Justiça Federal recebe estudantes na Subseção de Macaé

 
Completando 18 anos de atividades educativas em 2025, o programa institucional “Conhecendo a SJRJ” segue com o propósito de aproximar o Poder Judiciário da sociedade, apresentando o que a Justiça faz e como ela pode ser útil para a resolução de conflitos e a preservação de direitos. Pela segunda vez este ano, as ações do programa foram realizadas fora da capital, no município de Macaé.

Durante a tarde do dia 30 de setembro, um grupo com 40 estudantes e professores da Escola Municipal Joffre Frossard visitou a Subseção Judiciária local. A educadora Norma Cristina Maldonado, diretora da instituição pública de ensino, contou como surgiu a motivação para buscar essa atividade. “Um dos projetos bimestrais para os grupos de 4º e 5º ano era o Meu papel social – direitos e deveres. Queríamos oferecer saberes diversificados a respeito, e não apenas informações no âmbito escolar. E, assim, surgiu a ideia de conhecermos a Justiça Federal em nossa cidade. Vim ao Fórum para um contato inicial e – para meu espanto e alegria – o juiz prontamente se dispôs a receber e conversar com os nossos alunos. É muito importante para todos eles o entendimento de que a Justiça não se confunde com mera punição. Ela existe para garantir direitos, indicar deveres. E hoje estamos concluindo esse projeto bimestral com as melhores expectativas!”, comentou a diretora.

 
Confiança e interesse dos visitantes
 
O juiz federal Victor Roberto Correa de Souza conduziu toda a visita. Após cantarem o Hino Nacional Brasileiro, prática comum para aquele grupo escolar, os alunos acompanharam a exibição de um episódio do programa de TV Chaves, para que, de forma lúdica, o magistrado pudesse comentar, na sequência, quem são e como atuam os principais representantes do sistema de justiça durante um julgamento.

Conquistando a confiança e o interesse dos estudantes, dr. Victor Roberto contou que, como eles, havia estudado em escola pública e explicou as funções essenciais exercidas por magistrados. Em seguida, o grupo visitou a sala de audiências e acompanhou uma exibição de slides, que apresentavam a Constituição Federal, destacando o Artigo 1º e o Artigo 227, que trata especificamente dos direitos das crianças e dos jovens.

O juiz comentou, ainda, sobre a atuação em harmonia por parte dos três Poderes da República e a importância da defesa e manutenção da democracia.

 
“Você saberia se comunicar comigo?”
 
No momento conclusivo da visita, os estudantes, com idades entre 9 e 12 anos, fizeram perguntas sobre os mais diversos assuntos ao magistrado. As dúvidas e curiosidades contemplaram desde o que é necessário para alguém ser juiz e o que um magistrado faz no dia a dia profissional, até bullying na escola, violência no ambiente familiar e racismo.

O grupo era integrado por alguns alunos com deficiências. Uma dessas estudantes era deficiente auditiva e, com o apoio de uma intérprete de LIBRAS – profissional que atua na escola e que acompanhou toda a atividade - perguntou ao magistrado: “você saberia se comunicar comigo se nos encontrássemos em outro lugar?”.

O juiz Victor Roberto avaliou com entusiasmo a visita. “Confesso que fiquei bastante comovido com a iniciativa da escola e impressionado com o nível de interesse e a qualidade das perguntas. A atividade também nos enriqueceu, pois percebi que, infelizmente, ainda não dispomos de pessoas com formação em LIBRAS nos nossos quadros, permitindo a comunicação adequada de jurisdicionados com deficiência e impedimentos sensoriais, como uma das alunas demonstrou, ajudada pela intérprete da escola”, comentou.

O magistrado considera relevante a possibilidade de promover mais atividades educativas, incluindo instituições de ensino da área dos cinco municípios jurisdicionados pela unidade de Macaé. “Entendo que estamos atrasados em nos apresentarmos mais e melhor a quem pouco nos conhece, especialmente ao público infanto-juvenil, futuros cidadãos e jurisdicionados, aprimorando a ideia de uma instituição aberta ao cidadão, participante do Estado Democrático de Direito”, concluiu.