Encontro presencial do Curso de Formação de Mediadores Judiciais destaca a importância das habilidades comunicacionais

Alunos do Curso de Formação de Mediadores Judiciais participaram, na terça-feira (22/7), de mais uma etapa presencial da capacitação no auditório do prédio-sede do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2). Conduzido pela juíza federal convocada em auxílio ao Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos da 2ª Região (NPSC2), Cristiane Conde Chmatalik, o encontro debateu a importância das habilidades comunicacionais do mediador.

A magistrada ressaltou que essas competências são fundamentais não apenas para conduzir o diálogo entre as partes, mas também para identificar e atender às necessidades apresentadas por cada uma delas. Foram abordados atributos como paciência, imparcialidade, confiabilidade, flexibilidade, observação, percepção, criatividade, entre outros. Cristiane Conde Chmatalik também destacou que o mediador pode enfrentar situações de tensão nas sessões e que a adoção de uma postura alinhada aos princípios da comunicação não-violenta é crucial para a solução dos conflitos. “Precisamos abandonar a linguagem que culpa e condena para adotar uma comunicação que acolhe. Evitar o termo ‘problema’ e substituí-lo por ‘questão’ transforma o clima da mediação. A comunicação não-violenta busca atender anseios sem recorrer ao medo ou à vergonha; ao focar em sentimentos e necessidades reais, as soluções emergem naturalmente”, explicou.

Por fim, a instrutora detalhou os elementos da comunicação conciliatória, que consiste em ferramentas desenvolvidas para fomentar um diálogo construtivo entre as partes, como linguagem acessível (sem a utilização de jargões jurídicos), escuta ativa, organização de questões e interesses e perguntas orientadas à solução. Ela também mencionou os benefícios da empatia: “A técnica mais poderosa é perguntar: 'Como você se sentiria se estivesse no lugar dele?'. Essa simples questão faz milagres porque tira as pessoas do automático do conflito. Quando alguém realmente se coloca na pele do outro, mesmo que por um instante, nasce a compreensão que abre portas para a resolução da demanda”, concluiu.

No encontro, os cursistas debateram as habilidades esperadas do mediador a partir de vídeos exibidos durante a aula, com ênfase na escuta ativa, na comunicação não-violenta e na empatia estratégica. O Curso de Formação de Mediadores Judiciais é uma iniciativa da Escola de Mediação da 2ª Região, vinculada ao NPSC2, que capacita profissionais para empregar com eficiência métodos autocompositivos em sessões de conciliação e mediação. A etapa teórica, com término previsto para 29 de agosto, totaliza 61 horas em formato híbrido (aulas online e presenciais). A fase prática, de 60 horas de estágio supervisionado, será realizada por meio de participação em sessões reais nos Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejuscs).